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29 de Abril de 2024

O laudêmio de Petrópolis

Publicado por Roberto Souza Moraes
há 5 anos

O laudêmio é conhecido em Petrópolis como “imposto do príncipe”, que é um benefício previsto em lei que estabelece uma taxa a ser paga aos descendentes de antigos proprietários de terra, denominados foreiros, no caso da venda do imóvel.

O pagamento desse "imposto" é de 2,5% sobre o preço de mercado do imóvel e tem de ser pago à vista à Companhia Imobiliária de Petrópolis, entidade administrada pelos descendentes de Dom Pedro II. Caso contrário, o comprador, a quem cabe o pagamento da taxa, não recebe a escritura definitiva do imóvel adquirido.

Depois que um príncipe da Família Real brasileira surgiu como um dos possíveis candidatos a vice-presidente, na chapa de Jair Bolsonaro, o assunto voltou a ser lembrado.

Petrópolis, uma aprazível, acolhedora e charmosa cidade serrana era o refúgio dos membros da monarquia brasileira durante o inclemente verão carioca. Por isso, ficou também conhecida como Cidade Imperial.

Por diversas vezes tentaram extinguir o laudêmio, mas até hoje não obtiveram sucesso. O mais recente projeto de lei (PL 6.834/2013) apresentado pelo Deputado Jorge Bittar, que objetiva o fim do laudêmio real, foi apensado à outro Projeto de Lei, de n.º 5.314/05, do Senador José Sarney, que propõe permitir a cobrança de laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bens aforados, aguardando votação na CCJC.

Os herdeiros da família real aduzem que o direito é “legítimo”, pois os imóveis do 1.º distrito de Petrópolis, a região central da cidade, estão localizados na área correspondente à Fazenda do Córrego Seco, pertencente a Dom Pedro II, que no século XIX, parcelou o terreno, cedendo à exploração da área à terceiros, que, em troca, pagariam uma taxa à família real toda vez que a propriedade trocasse de mãos.

Esse direito, aliás, foi ratificado através do art. 2.038, do CC, que manteve o instituto enfitêutico até a sua cessação, arranjo jurídico que conserva um dos velhos instrumentos legais de apropriação territorial do período colonial brasileiro.

Fontes: @tribunadainternet @camaradeputados

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6 Comentários

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O que esses vagabundos querem é dinheiro fácil. Típico de monarquistas e de Bolsonarista. continuar lendo

Há tantas injustiças severas no nosso país. Esta é uma delas. Aparentemente nem todos os minérios extraídos de solo brasileiro, não foi o suficiente pra secar a sede de dinheiro desta família de gananciosos. Um único membro ainda tenho por respeitável: DOM PEDRO II e só.
Espero que um dia, os governantes do país criem vergonha na cara, e parem de fazer e permitir coisas estúpidas e desonestas.
O pior de tudo, é ver pobres lascados defendendo monarquia. Nem aqui em Portugal eles defendem isso, aliás a família real, são meros desconhecidos....haja vista, ter um regime social democrático no país com uma boa posição no ranking de segurança pública, qualidade de vida. E sabemos que grande parte desta qualidade se deve a postura do povo que exige dos governantes Justiça, honestidade e respeito com a coisa pública e com a utilização dos impostos pagos. continuar lendo

"Petrópolis (...), acolhedora e charmosa cidade serrana era o refúgio dos membros da monarquia brasileira (...) Por isso, ficou também conhecida como Cidade Imperial." Falam como se a cidade já existisse, estivesse lá prontinha e a família imperial fosse pra lá usufruir das benesses da cidade. QUEM CONSTRUIU PETRÓPOLIS FOI D. PEDRO II. DÃ!!! continuar lendo

Quem construiu Petrópolis foi o seu povo trabalhador e não aqueles herdeiros vagabundos... Dããã! continuar lendo

Bom dia. Sobre herança não cabe Laudemio? continuar lendo